quarta-feira, dezembro 08, 2004

"Amo-te"

Batimentos helvéticos do meu coração
soam certinhos como numa canção.
Tal como os suiços dão as horas
sem avanços, atrasos ou demoras.

O relógio não me faz falta
porque a minha batida não se exalta.
Por ela conto as horas para te ver
e os segundos a teu lado,
ela dá-me o ritmo para escrever
e toca a guitarra neste fado.

Destino esse marcado pela batida,
pois se ela pára; adeus vida.
Preciso como a melhor relojoaria
precioso como requintada joalharia,
assim é o meu coração.
Não penses que precioso é presunção,
se o digo é porque é teu,
sou apenas quem te o ofereceu.

Embrulhado em versos frágeis
que na minha mente são ágeis.
Envolto em tamanho mistério
faz-se ouvir em som stereo.
Transmitindo a sua mensagem
na sua própria linguagem.
"Amo-te" a cada batimento
é a voz de um sentimento,
forte demais para ocultá-lo
tenho que proclamá-lo.

Mas é tão grande sentimento,
ao coração junta-se outro instrumento
que juntos em uníssono seguem
as indicações da batuta mental,
coração e voz prosseguem
nesta proclamação vital.
Dizem que te amo
e isto eu proclamo.
A caneta arrasto
a parker deixa o seu rasto
mostra que quero pra sempre amar-te
em palavras que catalogam de arte.

Palavras cheias de sentido
revelam o que não pode ser contido,
se a desabafos chamam poesia
e arte à minha idiossincrasia,
poeta não é título pedido
é apenas na obra adquirido.
Não é obra de engenheiro
é mais de quem descansa sob a sombra
de um grande e frondoso sobreiro
fazendo do trabalho que assombra,
refúgio frágil, instável e obscuro
escrito em azul escuro
para te dizer o que sinto por ti,
ficam as palavras que escrevi.

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