A rimar desafino
rimas sem destino
mero desabafo
nem a rimar me safo.
Barcos à deriva
nesta maré viva
Cabo da Boa Esperança
que ninguem alcança.
Bala perdida
por ninguém é sentida
falha por muito o alvo
acerta os cabelos de um calvo.
Uma história com reticências
um acto sem consequências
parece que falta algo
mas está tudo tão vago.
É este respirar sem viver
este existir que me faz sofrer
que me devia fazer querer morrer
mas só me dá vontade de escrever.
E se é preciso o bater do coração
para à tinta dar utilização,
então a morte que aguarde
e eu espero que muito tarde.
Comecei com filosofia
e com alguma nostalgia.
Uma mistura estranha
arde como lenha.
Este pensamento incendiado
não é de paixão
é sono adiado
que me faz entrar em combustão.
Estou na cama deitado
a escrever qual coitado.
Vou mas é dormir
a inspiração tá a fugir.
Acho que nunca a tive
ou então não a retive.
Problemas de contenção
na cerveja encontram agravação.
Sejam líquidos ou verbais
fluem muito mais.
Maravilhoso néctar de cevada
deixa a cabeça atordoada.
quarta-feira, novembro 24, 2004
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1 comentário:
'Sejam líquidos ou verbais
fluem muito mais.
Maravilhoso néctar de cevada
deixa a cabeça atordoada.'
Tem um pedaço de poeta 'opiado'... brutal o toque ;) Cíntia
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