segunda-feira, novembro 29, 2004

Desejo (parte 1)

Ao fazer análise ao dia
percebi que algo ardia
não é fogo literal
mas é algo bem real.

Reparei que não era ao meu redor,
está perto, sinto o calor.
O termómetro mediu
e a minha temperatura viu.

Pensei que estava doente
era eu que estava quente.
Doença não patológica,
febre não lógica.

Intrigado fui ao hospital,
o médico nada viu de mal.
Disse para eu descansar
o meu problema ia passar.

Trinta medicamentos receitados
durante trinta dias tomados.
A causa o médico ignorou
o meu mal não passou.

A doença trouxe a loucura
e eu não encontrava a cura.
Não sabia que fazer
para parar de arder.

Fogo que a água não acalma,
começou a corroer-me a alma.
Quando pensei ter descoberto
tudo ficou em aberto.

Disseram que era amor por alguém
sinceramente não sei por quem.
Tiveram a certeza que era paixão
enganaram-se novamente na razão.

Fogo que não consome
é o desejo que me tira a fome,
mas o que posso eu desejar
para me estar a incendiar?

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